A profissão é sempre retratada cheia de clichês e, quase sempre, não representam o dia a dia
Como todo ofício, trabalhar na área de computação tem várias ramificações. São milhares de profissionais em tecnologia que seguem caminhos diferentes. Temos o desenvolvedor de software, o cientista de dados, o engenheiro de dados, o profissional de segurança de informação, o desenvolvedor de jogos e etc. No entanto, quando eles são retratados no cinema ou na televisão isso muda um pouco.
Para Hollywood só existem três estereótipos nessa área. Sendo o nerd fundo de garagem, feio e sem habilidade social, ou o galã bem sucedido dono de uma empresa de tecnologia. O que é contraditório, pois para ser o galã, em teoria, ele seria esse nerd que deu certo. Além destes, temos o hacker sempre com piercing, descolado, que invade qualquer sistema.
Larissa da Silva, da equipe Liquid, lembra que todos são programadores: “O “programador” coloca um capuz na cabeça, aperta dois botões e consegue, sei lá, invadir a NASA”. Ela ainda ressalta que eles “costumam ser descritos como reclusos e antissociais”.
Quando os profissionais de tecnologia retratados são mulheres, a coisa piora muito. Normalmente, ela é “moderninha” (podendo ter cabelo colorido ou curto e piercing), liberada sexualmente e meio transgressora. Do mesmo modo, é contraditório. Em que momento trabalhar com computadores ativa a sexualidade feminina? E por que tal fenômeno não atinge os homens?
Nesse sentido, o pior filme da história é Hackers – Piratas de Computador (1995). Para começar, a mulher em questão é a Angelina Jolie, super sexy. Em seguida, temos o personagem principal, que com 11 anos hackeou 1507 computadores em Wall Street. Além disso, ainda temos personagens retratados com penteados estranhos e maquiagens piores ainda. Como resultado, temos o nascimento de milhares de clichês que se repetem até hoje. Ele é tão ruim, que figura em todas as listas de piores filmes sobre tecnologia.
Agora chegou a hora da gente desmistificar esses clichês e mostrar que a realidade é bem diferente. Temos na Liquid uma equipe diversa. Cada um com a sua especialidade, características e qualidades. Sendo, inclusive, um lugar onde podemos aprender uns com os outros. Então, o que é verdade e o que é mentira?
O nosso trabalho requer concentração e muitas horas em silêncio a frente do computador. No entanto, isso não signifique que não gostamos de pessoas. Obviamente que tem os mais tímidos, mas essa é a maior mentira do cinema sobre os profissionais de tecnologia.
A nossa vida sexual não é definida pela nossa profissão. Sim, temos companheiras ou companheiros, casamos e, se quisermos, temos filhos.
Sim, somos muito inteligentes, estudamos muito e estamos sempre antenados com as novidades. No entanto, não somos capazes de resolver todos os problemas relacionados a computação. Nem de descobrir uma senha com dois toques no teclado. Bem como, nem todos, tem o conhecimento para invadir sites protegidos.
Ou você é totalmente nerd ou muito descolado. Nenhum dos dois opostos são verdadeiros. É possível a pessoa curtir quadrinhos e ao mesmo tempo esportes radicais.
Novamente, a nossa vida sexual não é definida pela nossa profissão. Apesar das mulheres sempre serem retratadas assim (isso não mudou muito, vide a Felicity Smoak, de Arrow), o ambiente de trabalho não é o lugar onde isso é uma preocupação.
Adoramos histórias de pessoas bem sucedidas. Mas, nem todos os profissionais de tecnologia são donos das suas próprias empresas e ganham muito dinheiro rapidamente. Bem queríamos que fosse verdade…
A pergunta é… por que???? Ok, entendemos que tem grandes empresas do ramo que iniciaram em garagens americanas. Mas, hoje já existem instalações que nos permite fazer um home office dentro de casa. Além disso, temos os coworkings e os próprios escritórios das startups.
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