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Pedágio urbano e estacionamento rotativo são algumas das ferramentas

A meta é ambiciosa, até 2030, limitar o aumento da temperatura média mundial abaixo de 2 graus em relação aos níveis pré-industriais. Isso foi o assinado por 195 países no Acordo de Paris, estabelecido na 21ª Conferência das Partes (COP 21). Na prática, significa reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa (GEE). No entanto, entre os poluentes estão os veículos movidos a combustíveis fósseis que, atualmente, representam cerca de 20% das emissões globais de CO₂. Dessa forma, uma das ferramentas para reverter essa situação são às Áreas de Zero Emissão.

A ideia das Áreas de Zero Emissão (ZEAs, do inglês Zero Emission Areas) é ter espaços dentro das cidades onde a emissão de gases nocivos seja neutralizada. Principalmente, nas grandes metrópoles, que ocupam 2% do planeta, mas são responsáveis por 75% da poluição (fonte: ONU). Na prática, são perímetros sem tráfego de veículos poluentes, com foco em transporte coletivo e modais alternativos (como as bicicletas). Além disso, os pedestres são os protagonistas e há o estímulo a logística verde.

Ao contrário do que os pessimistas pensam, isso só trará benefícios a mobilidade urbana das cidades. Primeiramente, ao colocar ênfase no transporte coletivo há uma democratização do espaço viário. Mais gente se locomovendo dessa forma, menos veículos particulares. Por consequência, menos congestionamento. Ainda podemos citar, menos sinistros e, assim, menos gastos do SUS com essas vítimas.

áreas de zero emissão - Liquid Works

Pontapé inicial: Zonas de Baixa Emissão

Para garantir que uma área seja, realmente, de zero emissão é preciso que todos os veículos sejam elétricos, ou que não haja veículo algum. Um objetivo que muitos países buscam até 2030. Por hora, o que tem implementado são Zonas de Baixa Emissão. Ou seja, são locais que visam reduzir o impacto dos gases na atmosfera. No momento, já são 320 zonas na Europa, algumas iniciativas na China, Coreia do Sul, Israel, entre outras. Não há uma legislação únicas para sua implementação, assim, cada uma delas conta com uma estratégia.

Por exemplo, Oslo proibiu circulação de veículos a diesel das 6h às 22h na sua Zona de Baixa Emissão. Já em Amsterdã, nas 5 instituídas, está proibido veículos que causam mais poluição em qualquer horário. No entanto, é em Barcelona que vemos um dos planos mais estruturados. Entre as intervenções há:

  • – Preços de tarifas socialmente progressivos no transporte público
  • – Descontos no estacionamento na rua para veículos elétricos
  • – Descontos no uso das estações de recarga
  • – Incentivos para a compra de veículos com emissões zero e baixas emissões.
  • – Descontos no custo dos pedágios das vias expressas, incluindo: 40% de desconto em veículos com alta ocupação (mais de 3 passageiros); 75% de desconto para veículos elétricos; 30% de desconto em veículos de baixa emissão
  • – Melhorias contínuas no transporte público, ampliando sua rede cicloviária e mudando a frota de veículos municipais para combustíveis mais limpos
  • – Desde 2019, mais nenhum veículo de táxi a diesel foi licenciado na Região Metropolitana de Barcelona

Pedágio e estacionamento rotativo como aliados das Áreas de Zero Emissão

A restrição de veículos poluentes nessas áreas também pode ser feita através de pedágios urbanos. Essa foi uma das estratégias que Londres adotou na sua Zona de Emissão Ultrabaixa (ULEZ), de 22 quilômetros quadrados. Nela o pedágio é baseado em emissões e não tem folga, funciona 7 dias por semana, durante 24 horas. Assim, a ideia é mesmo desestimular que a pessoa vá de veículo particular.

O valor da cobrança do estacionamento rotativo também pode servir como mecanismo de restrição. Com preços mais elevados e tempos máximos mais curtos evita-se o uso desnecessário de veículo particular. Além disso, essas áreas podem e devem contar com carregadores para veículos elétricos, otimizando os espaços. A Liquid Works tem trabalhado em uma solução nesse sentido.

O conceito de Mobilidade Urbana Zero Emissão é possível, mas precisa de incentivo do governo. O Brasil foi um dos países que compôs o Acordo de Paris, se comprometendo a reduzir 37% das emissões nacionais de GEE até 2025 e a indicação de redução de 43% das emissões até 2030, tendo como base os níveis medidos em 2005. Isso precisa começar já.

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