Promover um debate sobre o tema é de extrema importância. Não se trata de abolir o avanço, mas pensar sobre ele
Talvez sua resposta tenha sido um sonoro “não”. Afinal, todo avanço tecnológico vem para ajudar a humanidade. No entanto, o que queremos é te fazer refletir sobre até onde a tecnologia pode ir. Será que, em algum momento, ela deixará de ser uma ajuda para a humanidade e passará a ser ruim?
Poderíamos dizer que a tecnologia é desenvolvida pela humanidade e o seu limite seria a ética. No entanto, esta é uma área da filosofia dedicada às ações e ao comportamento humano. Ou seja, podemos esperar de uma máquina, por mais inteligente que seja, que tenha esse mesmo comportamento? Ainda poderíamos aprofundar a discussão perguntando: todo mundo tem a mesma ética?
Em vários momentos da história da humanidade foi preciso a criação de leis e/ou acordos globais para suprir, justamente, onde a ética não conseguiu atuar. Nesse sentido, o cientista Stephen Hawking sugeriu a criação de uma regulação urgentemente. Ele se referiu ao tema no Web Summit 2017, mas, especificamente, sobre a Inteligência Artificial. Segundo ele, a AI pode ser o “melhor ou o pior que acontece à humanidade”.
Recentemente assistimos a um dilema moral com a compra do Twitter. O bilionário Elon Musk declarou que a plataforma se tornaria uma “rede neutra e sem censura”. Em outras palavras, ali poderá se falar tudo… inclusive discurso de ódio. O fato de você poder expressar a sua opinião não significa que deva fazê-lo, principalmente quando isso fere o outro.
Como mostramos no post Preconceito na internet e como denunciar só em 2021 foram 6.888 denúncias anônimas de racismo (dados do Safernet). Destas, 309 páginas foram removidas. Lembrando que existe uma lei que criminaliza o racismo no Brasil. Agora, pense se tivermos uma plataforma livre como poderiam ser esses números.
O que nos faz voltar novamente a questão da ética. Muitas vezes o avanço tecnológico está nas mãos de grandes corporações com as do Elon Musk. Ele sempre está envolvido em polêmicas, quebra das regras e até de violações de leis do mercado. Podemos esperar dele um limite? Ou nós, como sociedade, precisamos impor isso?
A verdade é que hoje não existe um consenso global sobre o tema. Logo, assim, também não existe uma lei única. Ao contrário do que queria Hawking (prever o que pode acontecer), as legislações que estão sendo criadas são reativas. Ou seja, primeiro ocorre o fato para pensar sobre. O problema dessa prática é que pode ser tarde demais para alguém.
A Liquid, enquanto empresa de tecnologia, definiu nos seus valores “fazer a coisa certa e enfrentar desafios em busca de inovações”. Aqui já está implícito a ética que prezamos. No entanto, ainda vamos mais longe, pois queremos promover o desenvolvimento da sociedade com consciência. Por isso, sempre estamos nos reavaliando, pensando e promovendo o debate.