No futuro, carro não será mais um bem pessoal
Preço do combustível, gases poluentes, carros elétricos, zonas de baixa emissão, vagas de estacionamento… são alguns dos temas discutidos quando falamos em mobilidade urbana. Inclusive, com posts aqui no blog da Liquid Works. No entanto, pouca gente aponta um recurso finito, que pode colapsar o tráfego – as vias. Atualmente, 55% da população mundial já vive em área urbana, segundo a ONU, e isso deve chegar a 70% até 2050. Ou seja, se continuarmos com o comportamento de tráfego urbano das últimas décadas, será impossível se movimentar. A única solução é a mobilidade compartilhada.
Esse não é um conceito distante da nossa realidade. Por exemplo, os pontos de bicicletas que “alugam” por um período compõe uma mobilidade compartilhada. Na prática, é quando um mesmo veículo é utilizado para várias viagens e por pessoas diferentes. Ao mesmo tempo que, essa é uma das ferramentas para promover cidades mais humanas, onde o foco será mover pessoas e não carros.
Promover uma mobilidade compartilhada passa por oferecer soluções multimodais com frota compartilhada de carros, bicicletas, motos, patinetes, entre outros. Isso em consonância com um transporte público de qualidade, sustentável e, principalmente, acessível a todos. Inclusive, esse é um dos 10 Princípios de Mobilidade Compartilhada para Cidades mais Humanas, lançado pelo Instituto de Política de Transporte e Desenvolvimento e um time de especialistas:
“Promovemos a equidade. Os acessos físico, digital e financeiro a serviços de transporte compartilhados são bens públicos valiosos e precisam de um desenvolvimento inteligente para garantir que o uso seja possível e acessível a todas as idades, gêneros, faixas de renda e habilidades”.
Segundo um levantamento feito pela plataforma de pagamentos Adyen para esse ano, o Mobility Guide 2023, o mercado de mobilidade compartilhada atingirá cerca de US$1,8 bilhão até 2027. Além disso, eles apontam como uma oportunidade para as empresas “oferecer a melhor experiência a seus clientes”.
Cidades europeias já vêm investindo nisso, tendo no seu portfólio diversos tipos de transporte. Próximo a estações de trens ou estacionamentos é possível ver pontos de compartilhamento com bicicletas, motos e até vans. E tudo é feito através de aplicativos. Basta se cadastrar, ter uma carteira de motorista ativa na localidade (em caso de veículos com motor), pagar a taxa e utilizar.
Esse serviço no Brasil ainda é prioritariamente das bicicletas e patinetes. No entanto, algumas empresas estão promovendo o compartilhamento de veículos corporativos. Invés de um funcionário ter um carro somente a sua disposição, esse fica disponível para quem necessitar. Assim, diminuindo os custos e otimizando a frota.
Com a implementação dos carros autônomos, a tendência é que os veículos deixem de ser um bem pessoal. Dessa forma, incentivando o compartilhamento e o melhor uso das vias públicas.